Fui questionado para o quinzenário O Portomosense sobre a fusão de freguesias, decidida pela Troika, e promulgada pelo governo português. Queriam saber se concordava e que freguesias deveriam ser fundidas.
Como tinha o limite de três ou quatro frases disse apenas o seguinte:
"Concordo com a ideia em geral.
Mas graças aos nossos governantes, tão amigos de pedir empréstimos, a nossa opinião deixou de contar. Basta a troika assim decidir que as fusões de freguesias e concelhos avançarão.
Se houvesse visão este seria também o momento de negociar a fusão do nosso concelho com o da Batalha e assim evitar que no futuro se tivesse de acatar simplesmente as decisões impostas. Se os próximos anos não forem muito negativos, isso irá acontecer. É uma questão de tempo."
Muito mais poderia ser dito sobre este assunto, sendo que um aspecto especialmente curioso é que a fusão de concelhos e freguesias só será possível de for imposta por estrangeiros. Nunca nenhum político português teria coragem de tocar nesta vaca sagrada.
Se o euro e a UE sobreviveram à actual crise, a médio prazo a fusão de concelhos será uma realidade e assim abre-se a porta à poupança de milhões e reduz-se o espaço aos pequenos tiranetes, escolhidos por eleitores pouco exigentes e de curtas vistas que se sentem em dívida pessoal perante alguém que usa os dinheiros público para lhe tapar os buracos à frente da porta.
Com menos municípios haverá menos desperdício, menos despesa e dívida pública, menos rotundas, menos obras desnesserárias e menos corrupção. O país estará mais próximo da viabilidade.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera