Depois dos passarões dos últimos dias, deixo-vos um imagem de um pequeno pássaro, cuja espécie desconheço, que fotografei algures junto ao Rio Missouri.
O Yin e o Yang representam na filosofia e cultura chinesa, o princípio da dualidade, segundo o qual a existência do conceito do dia depende da existência da noite, o quente do frio, o masculino do feminino, e por aí fora.
A imagem com que ilustro este post, sobejamente conhecida, representa o equilíbrio desse princípio da dualidade, das forças da natureza, e, entre o corpo e a mente.
Claro que aos olhos da chamada 'Justiça' portuguesa tudo isto não passam de balelas, conversa da treta.
Segundo a chamada 'Justiça' que se pratica no nosso país, é possível existir alguém que corrompe, sem que exista alguém que é corrompido. Este facto não deixa de ser em si fantástico e que, no meu entender, abala pelos alicerces a milenar sabedoria chinesa.
Já os derrotámos na filosofia, agora só falta na industria.
Lockheed SR-71 - Blackbird
Avião de reconhecimento estratégico
Da mesma família do U2, de que falamos ontem, este é um clássico avião de reconhecimento da Guerra Fria, sem armamento. Entrou ao serviço em 1966.
Tem algumas características que o tornam superiormente especial. Por exemplo o seu tecto de serviço fica algures a 79 km de altitude (a aviação comercial voa a cerca de 10 km) o que permite que durante alguns minutos por voo entrasse em órbita. O seu tecto de serviço permitia-lhe também 'sobrevoar' qualquer país do mundo sem violar o seu espaço aéreo.
A velocidade que conseguia atingir, um pouco acima dos 3.500 km/h (!!), levava a que o atrito com a atmosfera o fizesse atingir temperaturas entre os 200 e os 300 graus Celsius. Para isso foi também necessário criar um combustível específico para o alimentar a estas temperaturas. Durante o arranque e em altitudes mais baixas usava um combustível normal.
A sua elevada velocidade permitia-lhe que evitasse um míssil terra-ar simplesmente acelerando.
Os seus elevadíssimos custos de manutenção e de uso, assim como a evolução da tecnologia satélite, levaram que fosse retirado do serviço. Dos 33 fabricados restam apenas 3 ao serviço da NASA.
Num dos seus últimos voos, uma destas máquinas esteve exposta num festival aéreo em Paris, de onde levantou voo, tendo chegado aos EUA (devido ao fuso horário) quatro horas antes da hora de descolagem.
O seu visual futurista inspirou o Blackbird do X-Man da Marvel.
Já tínhamos aqui visto uma variação deste modelo, o A-12, a bordo do Intrepid, em Nove Iorque.
O Lockheed U2 é um histórico avião da USAF, não tivesse ele mais de 50 anos de idade e ainda continuar no activo.
É um avião espião que tem como característica mais relevante a sua elevada altitude de voo, mais 70.000 pés, o que corresponde ao dobro do habitual na aviação comercial.
Alguns episódios conhecidos associam este avião a momentos que marcaram a Guerra Fria.
Um deles ocorreu em 1960 quando num voo de reconhecimento sobre a União Soviética, o U2 pilotado por Francis Gary Powers foi abatido, todo o material recolhido e o piloto capturado.
Sem que os EUA soubessem dos detalhes apressaram-se a afirmar que se tratava de um avião experimental da NASA que tinha caído a norte da Turquia, país de onde tinha levantado.
Dias depois Nikita Khrunshchev desmentiu a versão oficial americana exibindo o avião, que se encontrava em bom estado, as fotos recolhidas e o piloto que colaborando com as autoridades soviéticas, confirmou que se tratava de uma missão de espionagem.
Cerca de dez anos mais tarde, após alguns anos de prisão e de trabalhos forçados, Francis Gary Powers foi entregue ao seu país. Após uma recepção pouco calorosa, o piloto acabou por ser largamente condecorado. Depois dos arquivos classificados terem sido tornados públicos, soube-se que esta terá sido uma missão que decorreu como previsto.
Um outro episódio, bem mais conhecido, ocorreu em 1962 e ficou conhecido como a Crise dos Mísseis de Cuba.
A partir de fotos tiradas durante voos de reconhecimento realizados em Lockheed's U2, os EUA concluem que a URSS estão a construir bases de lançamento e que já têm mísseis nucleares em Cuba, com capacidade para atingirem muito rapidamente qualquer cidade americana.
John Kennedy declara que não aceita essa atitude agressiva e ameaça invadir Cuba. Na Assembleia das ONU os EUA exibem as fotos tiradas pelos U2, que são aceites como prova.
Durante alguns dias o mundo receia um conflito nuclear, e de facto esse cenário nunca esteve tão perto de acontecer. Após duras negociações de bastidores a URSS aceita retirar os mísseis e o mundo respirou de alívio. Este episódio inspirou o filme Mísseis de Outubro.
Recomendo a leitura deste texto do Nuno Gouveia, no Delito de Opinião. Deveria ser afixado nos cafés do país.
Bombardeiro pesado B-29 Superfortaleza Voadora
Um dos mais avançados bombardeiros da Segunda Guerra Mundial. Pela primeira vez no seu género era avião com a cabina pressurizada, com um sistema de combate a incêndios, com torres de metralhadores com controlo remoto e com capacidade de voar a 33.000 pés de altitude (cerca de 10.000 mt).
Este modelo foi utilizado para lançar as bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki que definiram a capitulação do Japão e o fim da Segunda Guerra Mundial.
Quando o clima de facilitismo que se assiste na Educação é justificado pela 'necessidade' da escola ser inclusiva, quando se assume que a repetência de ano 'é um mal que gera conflitualidade' é natural que o Ministério pretenda acabar com esse 'sorvedouro de esperança'.
Claro que nas entrelinhas da política educativa dos últimos anos os alunos, que não são idiotas, conseguem ler que o trabalho além de não ser premiado também não é exigido.
Como se o mau resultado não chegasse, registo a opinião de Miguel Abreu, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, que afirma que a prova teve um grau de exigência inferior ao que seria adequado.
A capacidade de cálculo matemático que esta geração recebeu do ensino oficial é mais uma das heranças que a governação socialista deixará após a sua passagem pelos destinos do país.
Bombardeiro pesado B-17 Fortaleza Voadora.
Este avião voou entre os anos de 1938 e 1968 (Brasil). Teve utilizações militares e também civis, mas foi em cenários militares que ficou conhecido. Serviu principalmente na Europa mas também no Pacífico. Tinha vantagens no seu extenso raio de acção, na sua potência, no seu elevado tecto de serviço e pela sua fiabilidade mesmo após sofrer danos severos. Os B-17 largaram cerca de metade da tonelagem total das bombas largadas sobre a Alemanha nazi.
A paz na Europa que durou mais de 60 anos deveu-se também a máquinas voadoras como a que a foto ilustra.
B-25 - Mitchell
Bombardeiro de média capacidade. Entrou ao serviço da USAF em 1941 e voo até ao ano de 1979 (Indonésia).
Tornou-se muito conhecido e popular após a missão conhecida por Doolittle Raid, que se realizou em 1942, logo após o ataque surpresa a Pearl Harbour. A missão teve como objectivo mostrar aos japoneses que também eles eram vulneráveis, e assim leva-los a re-posicionar as suas forças. Serviu também para levantar a moral aos americanos.
A distância de Tóquio e a ausência de pistas de aviação aliadas num raio de acção útil, fez com que os 16 bombardeiros B25 - Mitchell tivessem de levantar do porta aviões USS Hornet, o que para um avião bombardeiro foi algo de inédito. A missão também ficou conhecida por 'trinta segundos sobre Tóquio', cidade onde fez estragos muito ligeiros, mas ainda assim, atingiu todos os objectivos a que se propôs.
Por questões de autonomia todos sabiam não ter capacidade para voltar e por isso alguns aterraram na China (inimiga do Japão), outros na URSS, sendo que alguns ainda tiveram de amarar sem combustível. Este episódio está muito bem retratado no filme Pearl Harbour.
O B-25 da foto serviu no Norte de África, mas é do mesmo modelo que os homens de Doolitle utilizaram.
Quadro exemplificativo da informação que as crianças americanas recebiam durante os anos 60, sobre o que fazer durante um ataque nuclear.
Este quadro encontra-se no Strategic Air and Space Museum, um espaço que adorei visitar. Pude ver e, até mexer, nas várias dezenas de aviões militares cheios de história, de que vos falarei nos próximos dias.
"O modo como o país está a ser governado foi largamente debatido no Parlamento. Mas às vezes, para lá dos discursos, deparamos com factos que, apesar de parecerem insignificantes, falam por si.
Há certos atos que se tornam demasiado rotineiros. Já ninguém liga aos job for the boys, mas eles aí continuam a asfixiar o Estado, a miná-lo como doença.
Vem isto a propósito da nomeação de José Apolinário como diretor-geral das Pescas. Conheci-o há muitos anos, quando foi eleito líder da JS. Nada me move contra ele, mas não me apercebo das suas qualidades para um cargo que jamais teria não fosse o caso de ter sofrido uma derrota nas autárquicas, em Faro. Pode alegar-se que ele já tinha sido secretário de Estado das Pescas, é verdade! Mas este é um cargo político e aquele é um cargo técnico. Apolinário, licenciado em direito, entrou no Parlamento com 23 anos, foi membro do Governo e deputado europeu. Nunca teve uma profissão que não fosse a política. Do acervo das suas intervenções em Plenário, conclui-se que a sua qualificação para as pescas está no facto de ser algarvio e ter, portanto, nascido à beira-mar. É certo que falou sobre o assunto na AR (trabalha bastante, reconheço). Mas falou também sobre hospitais, linguagem gestual e muitos outros assuntos...
Nada me move contra ele e não sou cínico se disser que pode, até, ser um bom diretor-geral. O que me leva a chamá-lo para esta crónica é o facto de ele ter substituído (por decisão do ministro António Serrano) um homem que era diretor-geral das Pescas desde 1998, de nome Eurico Monteiro. Este é licenciado em Direito e um histórico técnico superior da Direção-Geral das Pescas. Aliás o Governo reconhece-lhe competência, pois já o nomeou assessor especializado no gabinete do secretário de Estado das Pescas e pretende que ele vá para a REPER (representação de Portugal junto da Comissão Europeia). Mas, para isso tem de tirar da REPER Rui Ribeiro do Rosário (economista e técnico superior do Ministério da Agricultura com obra publicada) indicado para Bruxelas por Jaime Silva e confirmado por Luís Amado em setembro último, por mais três anos. Luís Amado quis resistir à nomeação de Eurico, que vai chegar à idade da reforma a meio da comissão, mas acabou por fazer a vontade ao atual ministro. Assim, sai Rui Rosário, com direito a indemnização, provavelmente, e entra Eurico.
E aqui está uma história igual a tantas outras. Um político no desemprego tira o lugar a dois destacados técnicos do Estado.
Esta sucessão irracional de nomeações, que há por aí aos centos, foi noticiada por Isabel Arriaga e Cunha, correspondente do "Público" Bruxelas. É muito significativa do estado da nossa nação e do modo como somos governados.
Não necessita mais palavras..."
Texto publicado na edição do Expresso de 17 de julho de 2010
O caso que Henrique Monteiro aqui relata é um, entre muitos outros, que têm acontecido durante a governação PS, mas que sabemos também ter sido muito frequente nos governos PSD.
Os boys fazem parte do regime.
Sendo o prémio de consolação daqueles que colaboram com o respectivo partido mas não convencem o eleitorado, a colocação de filiados, muitas vezes sem qualquer experiência na área em que são colocados, é algo que ajuda a corroer a já muito degradada imagem dos políticos.
Li algures que em Itália, um país em que a classe política tem uma imagem especialmente negativa, as instituições funcionam (Tribunais, Universidades, Hospitais, Administração territorial, …) com uma razoabilidade surpreendente, e isso deve-se ao facto de muitos dos lugares de topo na administração pública serem ocupados por funcionários que permanecem no seu cargo mesmo quando mudam os governos. Assim consegue-se que exista um fio condutor ao longo do tempo e não se assiste à destruição de todos os projectos que estejam em marcha, sempre que um novo governo entra em funções.
Será que as alterações à Constituição prevêem algo para evitar isto?
Estou em crer que quando o próximo governo entre em funções (e que previsivelmente será PSD), tudo fique na mesma.
Passos Coelho pode ter boas intenções, mas existe muita gente no seu partido a fazer contas de cabeça, a fazer mudanças no seu dia-a-dia e a colocar-se em bicos dos pés mostrando-se disponíveis para o que calhar. E não aceitarão ficar de fora.
A existência dos boys depende exactamente dos deputados. Todos sabemos que aquando nas listas, basta um pouco de azar para que se fique de fora. Por isso nada como fazer um 'seguro contra sinistros' na vida política. A existência de boys, é por isso uma espécie com a continuidade garantida.
Falhei este local... imperdoável!! É uma falha que deveria ser punível com o regresso obrigatório à simpática cidade de Hannibal.
"O défice do subsector Estado voltou a aumentar. No primeiro semestre deste ano, agravou-se 462 milhões de euros face ao homólogo, para 7.763 milhões, segundo dados revelados pela Direcção-geral do Orçamento.
A receita efectiva cresceu 3,5%, mas a despesa cresceu ainda mais: 4,3%. Uma aceleração que é atribuída à «inflexão do comportamento dos juros e outros encargos relativamente a meses anteriores». Ou seja, o Estado está a ter encargos mais elevados com os juros."
Como já aqui disse, e apesar de concordar genericamente com a coisa, questiono-me se a proposta de revisão constitucional que o PSD está a apresentar, não estará também a ser uma excelente cortina de fumo para o dia-a-dia da governação socialista do país.
Sobre as constituições liberais, neutras e de esquerda.
Recomendo a leitura deste post do João Miranda no Blasfémias.
Gruta junto à cidade de Hannibal, onde cresceu Mark Twain e que inspirou as Aventuras de Tom Sawyer.
O classico barco a vapor que continua a subir e descer o Rio Missouri. O nome, Tom Sawyer, não podia ser mais adequado à imagem que associava a esta parte dos EUA.
Seguindo o repto do Jornal de Leiria, transporto esta questão aqui para o Vale do Anzel.
O ex-ministro das Finanças do governo do “Bloco Central”, Ernâni Lopes, defendeu, nas jornadas parlamentares do PSD, a diminuição dos vencimentos da Função Pública, incluindo os ministros, entre 15% e20%, como aconteceu na Irlanda.
“Quinze por cento sem dúvida, 20%provavelmente”, afirmou o actual presidente da Fundação Luso Espanhola,que referiu ser absurda “esta solução coxa de, na incapacidadede tocar na despesa pública, aumentar a receita”, criticando ainda a tentativade se diminuir a despesa pública com “paninhos quentes”.
Esta é, de resto, uma medida já defendida por outras personalidades, nomeadamente por Basílio Horta, ficando por perceber se o corte de vencimentos se daria nos vencimentos de todos os funcionários públicos ou apenas nos que se situam acima de determinado valor.
Que comentários lhe merecem esta questão?
Há dias em conversa com um trabalhador da fábrica de telhas CS, uma referência regional de inovação e solidez financeira, soube que há 25/30 anos, alguém com o cargo de encarregado era remunerado em valor idêntico ao de um professor primário. Nos dias de hoje um professor primário recebe cerca do dobro.
Esta diferença mostra a distância entre a remuneração dos quadros público e a economia real.
Lamentavelmente a economia real não acompanhou os pressupostos usados para calcular a evolução salarial da função pública, e estando o país a atravessar um momento em que se exigem correcções, a redução dos salários é uma das correcções que se impõe.
Mas mais que reduzir as remunerações seria desejável reduzir o número de funcionários públicos. Digo isto pois a redução de salários não passa de uma medida de curto prazo. Num qualquer momento eleitoral o decisor público não resistirá em piscar o olho a um grupo tão extenso de eleitores como o de funcionários públicos. Por isso, mais do que reduzir remunerações, importava reduzir o universo dos funcionários públicos. Menos Estado e melhor Estado.
Um abraço aos amigos Jorge Vala e Eduardo Louro que também opinaram sobre este assunto.
O Gateway Arch simboliza o elo de ligação entre o Este e o Oeste que a cidade em St Luis constituiu. Foi a partir desta cidade que, Missouri acima, que o Oeste foi explorado.
Para quem como eu, cresceu a ler livros aos quadradinhos do Daniel Boone, um pioneiro anterior aos cow-boys, este parque tinha de ser visitado.
Olhando para a auto-estrada sem portagem que se abre dia após dia para que Pedro Passos Coelho chegue a Primeiro-Ministro, questiono-me se não deveria o PSD tomar as rédeas dos acontecimentos e em vez de gerir calendários eleitorais. Fazer algo pelo país hoje é diferente de o fazer daqui a um ano ou dois. A realidade de hoje é diferente do que será 2011 ou 2012 (La Palisse não diria melhor) e o país sabe que é necessário inverter a trajectória. Há que fazê-lo quanto antes. Se os dias corressem linearmente sem perturbações nunca um vulcão esquecido na Islândia interromperia o quotidiano de meio globo, nem o Tsunami no extremo oriente teria acontecido. E no entanto, sem ninguém os esperar, aconteceram. Achará o PSD que tem todas as variáveis no bolso?
Será que deixando o PS cozer em lume brando não estará a ser demasiado cínico para um partido que quer ser alternativa?
Claro que todos gostamos de assistir ao estertor político de Sócrates, que todos os dias nos brinda com uma nova sessão de break-dance dentro de uma poça de ridículo. Mas o tempo passa e, como aqui diz o Eduardo, estamos apenas a deixar passar o tempo, sem nada fazer. Não faz sentido. A história mostra que os líderes visionários foram capazes, eles próprios, de marcar o quotidiano dos outros e não o contrário.
Num país de lobis silenciosos que influenciam a governação, existe quem não tenha pudor em assumir as suas intenções.
Não é necessário ouvir as notícias para saber da falta de médicos no nosso país, pois isso verifica-se no Centro de Saúde mais próximo. Torna-se por isso necessário aumentar as vagas para formação de novos médicos, até para evitar a saída de alunos de elevado potencial para os estrangeiro, para aí se formarem.
Este ano verificou-se um aumento do número de vagas e assim espera-se que dentro de meia década aumento o ritmo de entrada de novos médicos no activo. O governo PS demorou 15 anos a fazê-lo mas, o seu a seu dono, lá acabou por criar 3 TRÊS 3 novas vagas nos cursos de Medicina.
Perante este exagero inaudito Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, não hesitou em chumbar a estratégia para o Ensino Superior e mostra-se preocupado com a possibilidade de se estar a criar uma situação de 'desemprego médico'.
Assim vai a nossa Saúde.
Santos Silva avisou há dias: PSD tem uma agenda neo-liberal de desmantelamento do Estado Social.
Sabemos que Santos Silva gosta de malhar na direita e, por isso, Pedro Passos Coelho mesmo em silêncio seria um alvo apetecível.
O 'malhador de serviço' descansa-nos dizendo que o PS, pelo contrário, tem uma agenda da esquerda democrática que pretende, ele sim, desenvolver e sustentar o estado providência.
José Sócrates alarga o âmbito das criticas à direita e introduz a palavra 'ideologia' nas diferenças o PS e o PSD, o que não deixa de ser uma inovação arrojada, até porque, se olharmos com atenção, é exactamente o PS que está a promover cortes nas remunerações e nos benefícios sociais (i.e. subsídios de desemprego e alargamento da idade da reforma). Estas medidas que o governo justifica serem tomadas de forma a garantir a sustentabilidade do Estado Social, se fossem tomadas por um governo PSD, seriam claramente neo-liberais. É nesta falta de simetria retórica, e no limite de seriedade, que reside o que resta da governação de Sócrates.
Engraçado é lembrar Mario Soares há dois meses a elogiar o sentido de estado de Pedro Passos Coelho.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera