Quando o Estado se intromete permanentemente na esfera privada, pondo e dispondo da vida dos cidadãos como de incapazes se tratassem, ninguém liga a mais um atentado à liberdade.
Segundo o Público de hoje "Crianças obesas com risco para a saúde podem ser separadas de pais que não os ajudem a perder peso".
Não quero com este texto felicitar os pais que não ajudem os seus filhos a perder peso, mas sim apenas perguntar o que se deve fazer quando o mesmo acontece nas Misericórdias e outras instituições em que o Estado toma conta de crianças.
O que fazer quando alguém que toma conta de crianças, que as deve educar e ajudar se tornarem cidadãos capazes de acrescentar valor à sociedade, não cumpre o seu papel? A mensagem que sobra desta medida aponta para o Estado como solução.
Não quero para aqui trazer o caso Casa Pia, um triste exemplo do que o Estado deixa que aconteça, mas pergunto-me se, na mesma medida não seria lógico retirar crianças das escolas quando estas não cumpram na sua missão de ensinar.
Route 66
Esta estrada, com quase 4000 km, liga Chicago a Los Angeles e é conhecida pelos americanos como a Main Street of America.
Juntamente com todo o sistema de auto-estradas americano, foi criada no final dos anos 20, após a Grande Depressão, e assistiu ao crescimento económico e acompanhou as evoluções sociais que os país sofreu desde então.
O seu traçado foi alterado inúmeras vezes e após várias reformas do sistema rodoviário acabou por ser dividida em várias outras.
No entanto as cidades e as paisagens que atravessa identificam-se com a referência quase lendária da Historic Route 66.
Circulamos num pequeno troço desta estrada, ao longo de algumas aldeias abandonadas, que veremos nos próximos dias.
Este post do Pedro Correia, no Delito de Opinião, acordou em mim várias memórias assim como uma forte vontade de regressar às Azenhas do Mar. Deixei no Delito um comentário que aqui quero reproduzir. Aqui vai:
Um dia comprei em Andorra uma máquina fotografica que viria a tornar-se um objecto quase mitico da minha juventude. A marca prometia facilidades, Praktica e no fundo tinha inscrito o país de fabrico que pouco tempo depois deixou de existir, DDR.
Com ela aprendi a usar a luz e a velocidade para guardar imagens em películas, que depois de reveladas se guardavam em envelopes especiais que as protegiam da luz e do pó. Os pixeis, esses, chegariam muito mais tarde. Para ver o resultado era necessário esperar algum tempo pela revelação e além disso cada imagem custava mais de 100$00. Tudo isso contava para que cada disparo fosse um momento solene.
Viajou comigo por muitos quilómetros e juntos cruzamos algumas fronteiras, muitas menos do que a nossa vontade exigia, é certo, mas sempre cumpriu na ilusão de que carregando num botão seria possível guardar algumas vivências para sempre.
Um dia nas Azenhas do Mar, exactamente no local onde a imagem que o Pedro aqui colocou foi recolhida, um elemento do obturador, cansado, soltou-se e a máquina deixou de funcionar. Após várias visitas a casas da espacialidade o diagnóstico foi unânime, não valia a pena reparar.
Como quem vê um amigo a partir, consolou-me o facto de que o ultimo disparo tivesse acontecido ali, de frente às Azenhas.
Durante algum tempo pensei que este seria o fim da história, mas alguns anos mais tarde, já no tempo dos pixeis, encontrei uma máquina usada do mesmo modelo à venda. Comprei-a para dar de prenda de anos à minha irmã, alguns anos mais nova e também interessada pela estranha química das imagens congeladas.
Hoje usa-a em simultâneo com uma poderosa máquina digital, e exibe-a com falsa modéstia entre os amigos designers que num silêncio esverdeado a invejam. Ao lado da Praktica BMS, os iPod's, iPad's, iPhone's, etc, todos ficam em segundo plano.
Há pouco tempo perguntou-me se eu tinha a consciência de que a Praktica tinha sido a sua melhor prenda de sempre.
Obrigado Pedro por ter motivado este texto.
À entrada no estado do Arizona deparamo-nos com o Monument Valley, palco de inúmeros Westerns que associo sempre ao actor John Wayne. A hora não permitiu melhor que umas fotos de exposição. Esta foi a eleita para este blog.
Tee-Pee Village
À entrada da Navajo Land uma aldeia dedicada apenas ao turismo, que nos proporciona imagens que não deixam de preencher o nosso imaginário.
Esta data está associada a uma série acontecimentos importantes, dos quais destaco a conquista de Ceuta. Já lá vão 595 anos, mas fica o registo de uma data importante na nossa história.
Landscape Arch, Parque Nacional dos Arcos, Utah
Este arco tem um vão de 88 mt e é considerado o arco natural mais largo do mundo.
Dentro dos 310 Km2 do Parque Natural dos Arcos, no Utah, existem mais de 2000 arcos de pedra assim como outras estranhas formações rochosas, resultantes da erosão. O mais conhecido é o Delicate Arch na foto.
Depois de caçado quase até à extinção durante a conquista do Oeste, o bisonte americano é hoje uma espécie protegida. A sua imponência não deixa ninguém indiferente.
Ontem à noite presenciei uma demonstração de danças tradicionais do México e da Geórgia. Importa dizer que a mesma decorreu no adro em frente à Igreja do Juncal, uma pequena vila do Centro do país.
Não me lembro de alguma vez aqui ter assistido a algo de tão diferente.
Foram bastantes as ideias que me atravessaram o pensamento ao longo de uma hora, que passou muito rapidamente.
Imaginei o Juncal há cinquenta anos, uma terra pequena num país isolado, e depois regressei mentalmente para assistir ao que foi inequivocamente um extraordinário momento de globalização.
As brilhantes actuações destes dois grupos, muitos distintos entre si, foram intercaladas, o que proporcionou ao público um gigantesco salto geográfico sempre que se mudavam os instrumentos e os dançarinos.
Tive pena que não fosse feita um pequeno enquadramento de cada um dos países, especialmente sobre a Geórgia que será o menos conhecido.
Ambos os grupos foram uns excelentes embaixadores do seu país e da sua cultura. Questionei-me se um rancho folclórico português a actuar fora de Portugal, não fará muito mais pela divulgação do nosso país, do que o ICEP alguma vez será capaz de fazer.
O público adorou e não poupou as palmas.
A presença destes grupos tradicionais no nosso país deve-se ao convite e ao empenho do Rancho Folclórico das Pedreiras em organizar o Festival Internacional de Folclore. No próximo Sábado, dia 7, o espectáculo continua nas Pedreiras.
Deixo-vos duas pequenas amostras.
Segundo o jornal Le Figaro, Kim Jong-hun, o treinador da selecção de futebol da Coreia do Norte no último mundial, ao chegar ao seu país, foi humilhado em público, expulso do partido e condenado a trabalhos forçados.
De acordo com o que relata o jornal francês, depois da derrota honrosa por 2-1 contra o Brasil, as autoridades decidiram transmitir em directo o jogo contra Portugal, na que terá sido a primeira transmissão em directo da TV norte-coreana. O resultado do jogo sabemos qual foi, mas como os desafios se prolongam para além do apito do árbitro, o 7-0 teve este desfecho.
O Mount Rushmore é um lugar que pertence à identidade norte-americana.
É interessante visita-lo para observar o tamanho das imagens ali esculpidas em granito, mas também para ver como se pode criar e explorar uma atracção turística, de massas, no meio do nada. A imagem retracta a parte mais conhecida de um complexo onde não falta a loja de souvenirs, nem o Visitor Center com exibição de um filme sobre a sua 'construção', toda ela feita por voluntários.
A presença de cada uma das figuras representadas é explicada a fundo durante o filme. George Washington merece estar ali enquanto fundador da nação, Thomas Jefferson como impulsionador da conquista do Oeste, Abraham Lincoln pela pacificação do país após a Guerra da Sucessão e Theodore Roosevelt por ser amigo do escultor, Gutzon Borglum.
O monumento foi polémico na sua inauguração, pois encontra-se numa área de soberania Sioux.
Este blog esta a ser muito mais fotográfico do que o imaginei no início, mas o poder de uma imagem é imenso.
Neste video, Jonathan Klein diz-nos que uma imagem não muda o mundo mas pode provocar reacções que levam à mudança.
Gostei de o ouvir e recomendo-o. Tem as legendas em português em opção.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera