Actualidade e lugares
Terça-feira, 28 de Junho de 2011
A crise, a esquerda e a liberdade

 

A falência do Lehman Brothers em 2008 acordou o mundo para a crise financeira que hoje vivemos e ainda viveremos nos próximos tempos. Desde então o discurso da esquerda em geral e dos que não apreciam os EUA, onde se incluem os regimes autoritários, organizações terroristas, etc, insistem em explicar a origem da referida crise à luz da sua ideologia ou do seu ódio. Todos concordam em afirmar que o capitalismo e o neo-liberalismo (ainda não entendi a insistência no prefixo neo) foram os causadores da actual situação. Face às nefastas consequências da crise, a esquerda exige de imediato que seja reforçado o peso do Estado na economia para assim se evitar que se repita tamanha desgraça.

A solução apresentada, de reforçar a presença do Estado na economia e na sociedade, é um erro que se baseia num diagnóstico errado do que se passou.

A inovação está sempre associada a criatividade, à evolução tecnológica e à criação artística. É a inovação que faz crescer a economia, que agita os cérebros dos investigadores e dos cientistas, que cria riqueza e a distribui. Sem inovação não teríamos electricidade, medicamentos, motores de combustão, internet, … e sem isso ainda estaríamos na Idade Média.

A inovação resulta assim de uma atitude que ronda o limiar do que nunca foi feito. Foi exactamente essa atitude que levou à criação dos chamados activos tóxicos. Os seus efeitos chegaram onde chegaram porque os órgãos de supervisão das economias, ou seja o Estado, falhou no seu controlo.

Observemos as ervas que na natureza ocupam os espaços abandonados. É da natureza existirem sempre sementes a serem empurradas pelo vento à procura de condições para germinar. Muitas perdem-se na busca de condições para germinar, mas outras conseguem ficar depositadas onde há temperatura e humidade favorável. Até no meio das pedras da calçada, aparece erva. As ideias inovadoras são como as sementes empurradas pelo vento, algumas criam riqueza e outras não. Nesta comparação os órgãos de supervisão funcionam, ou deveriam ter funcionado, como os jardineiros que têm por função eliminar as ervas que nascem nos locais errados. Falharam na sua tarefa e o outrora exuberante jardim entrou em desequilíbrio. É correcto dizer que foram as ervas que nasceram onde não deviam? Elas que apenas obedeceram à sua ordem natural de germinar? Ou foi o jardineiro, o órgão regulador do jardim, que não cumpriu o seu papel?

Perante este falhanço do Estado, quer agora a esquerda aumentar o número de jardineiros, um por semente talvez. Assim poderão cumprir a sua essência que é limitar a liberdade dos demais.



publicado por Paulo Sousa às 08:00
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Quinta-feira, 23 de Junho de 2011
Recortes

 

Na recta final da novela em que se tornou a eleição do Presidente da Assembleia da República, acabou por emergir a deputada Assunção Esteves. Embora com experiência parlamentar e merecedora de respeito dos seus pares, era uma figura de segunda linha no mediatismo da política. O seu extenso curriculo em matérias juridicas garante rigor para a função para que foi eleita, ao que o facto de ser mulher também a terá ajudado na eleição para o segundo cargo da República.

A título de recorte para a posterioridade deixo aqui um excerto do seu notável discurso de tomada de posse.

 

"Presidir ao Parlamento constitui a maior honra da minha vida.  Porque o Parlamento é a liberdade que se fez instituição, consequência da razão moderna, do pensamento das Luzes, da coragem dos Justos.  Nós, os deputados, somos portadores de um mandato que se gera na igualdade e na liberdade. Damos corpo a um poder que se forma na moral universal, que dita os critérios da justiça. 
- Que orgulho, senhores deputados, e que responsabilidade que é estarmos aqui."



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Quarta-feira, 22 de Junho de 2011
O BE em degradação

 

Cheguei a recear que o BE pudessem vir a ter ainda mais expressão e até peso nas decisões políticas do nosso país, mas os sinais de desagregação vão-se acumulando e é um alívio para a democracia portuguesa a saída de cena deste partido radical. Ou por outras palavras, cheguei a recear que fosse uma gravidez perigosa, mas afinal não passavam de gases.


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Terça-feira, 21 de Junho de 2011
Sinais de Esperança

 

"Chegou ao fim um certo tipo de governação e um certo entendimento da relação entre o Estado e a Sociedade. A crise que hoje atravessamos mostrou o esgotamento dos modos antigos e fez ressoar o apelo à mudança. Ora neste momento solene o Governo assume que atenderá a esse apelo. Na verdade, essa vontade de mudança é a sua maior justificação política e a sua maior vocação."

 

Excerto do discurso de tomada de posse de Passos Coelho.



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Esfahan - Metade do mundo


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Segunda-feira, 20 de Junho de 2011
Sinais de Esperança


publicado por Paulo Sousa às 13:00
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Sexta-feira, 17 de Junho de 2011
Ainda sobre a derrota de José Sócrates

 

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.

 

Sophia de Mello Breyner



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Segunda-feira, 13 de Junho de 2011
A vitória histórica de Pedro Passos Coelho

Vale a pena repetir a evidência: em 200 anos de poder constitucional, o eleitorado português nunca tinha derrubado o primeiro-ministro entrincheirado no poder (a comédia Santana não conta). No domingo passado, isso aconteceu pela primeira vez. Passos foi o primeiro a conseguir derrubar nas urnas o poder do statu quo. Na Monarquia Constitucional, quem estava no poder ganhava sempre as eleições. Sempre. Na I República e no Estado Novo, as eleições não eram bem eleições. E, nesta III República, nós nunca tivemos a oportunidade para derrubar eleitoralmente o primeiro-ministro: Cavaco saiu antes de ser derrubado, Guterres fugiu, Barroso pulou a cerca, porque quis ser o imperador burocrático. Sócrates foi o primeiro a cair nas urnas. No domingo, o país fez história. Eis um facto que merecia mais atenção.

Henrique Raposo no Expresso.



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Obrigado Laura,Apenas aqui poderia ter chegado pel...
magnífico texto.Cheguei aqui através do "Delito".
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Se o discurso do sr burlão da ONU fosse de apoio a...
Um título alternativo: "A realidade não é uma cons...
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O Futuro e os seus inimigos

 

de Daniel Innerarity

 

Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental

 


Teorema

 


 

 




 

Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos

 

 

de José Manuel Lopes

 

 

 

O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.


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