Se as agências de rating traduzem o grau de risco das entidades analisadas, poderemos considera-las como um espelho (apenas financeiro) das mesmas.
O conflito que Portugal e a sua dívida soberana tem travado com as agências de rating, não será apenas uma negação da imagem que o espelho transmite?
O país não gosta do que vê ao espelho e grita histérico contra ele.
Teríamos de colocar o país no sofá de um psicanalista para entender este fenómeno a fundo.
Transportes públicos aumentam 15%
1. O preço dos transportes para os utentes vai aproximar-se do valor real.
2. Utentes passam a ter incentivo para seleccionarem melhor o local onde vivem e a localização do emprego que têm (efeito positivo desta medida terá que ser complementado com medidas que liberalizem o mercado de arrendamento)
3. Empresas passam a ter um incentivo para se localizarem nas cidades satélite, tornando-as mais autónomas e reduzindo os movimentos pendulares (como os custos de transporte aumentam, o diferencial de salários entre o centro e a periferia vai aumentar)
4. O Estado reduz o subsídio à suburbanização dos grandes centros urbanos.
5. Empresas públicas de transportes deixam de destruir tanto valor.
6. Aquele mundo esquizofrénico em que se subsídia a mobilidade e o combate à desertificação dos centros históricos começa a acabar.
7. A conversa “o local X não tem transportes” passa a fazer menos sentido. A partir do momento em que se reconhece que o transporte público não é barato, pressão para expansão da rede pública e do respectivo buraco financeiro diminui.
João Miranda, Blasfémias
"Todos os países têm serviços secretos. Para que servem? Não sei. Presumo que investiguem o passado e o presente de pessoas individuais ou colectivas em prol da segurança do Estado que os criou. Também todos os países têm um Governo. Para que serve? Tenho dúvidas. Mas não tenho a menor dúvida de que, estando em causa o exercício de um poder naturalmente forte sobre um povo naturalmente fraco, os seus elementos devem ser pessoas idóneas e acima de qualquer suspeita, e que, nesse sentido, nenhuma investigação às suas vidas públicas e até privadas (dentro de certos limites) é demais. Não compreendo, por conseguinte, onde se está a querer chegar com esta ridícula exploração mediática do caso Bairrão."
Luisa Correia, Corta-fitas
"Contrary to what some folks say, we are not Greece. We are not Portugal."
O Presidente Obama fez-me hoje lembrar um certo ex-Primeiro Ministro. Se a história nos pode ensinar alguma coisa, não antevejo grande futuro político para este senhor, que terá de disputar eleições dentro de pouco tempo.
Em período de austeridade, a Freguesia do Juncal encheu hoje 4 autocarros para o gratuito passeio anual de idosos. Como sempre o Juncal ficou quase vazio e nem todos os que seguiam a bordo eram idosos.
Podíamos consumir energias a tratar de negociar as inevitáveis fusões de freguesias, mas todos preferimos vir a ser um dia surpreendidos com aquilo que sabemos que irá acontecer.
Mas a culpa é da Moody's.
Foi preciso o país ter chegado ao abismo, para podermos ver o bom senso e a racionalidade a chegar ao Parlamento, aqui pelo deputado Adolfo Mesquina Nunes, ilustre bloguer do Delito de Opinião.
Esperemos que não seja demasiado tarde.
Foi com surpresa que soube da morte de Maria José Nogueira Pinto. Não sabia que estava doente e todos ficamos impressionados com o reduzido período de tempo nos pode separar de um fim igual.
Gostei de ler a sua última crónica no DN. Com coragem, lucidez e paz de espírito conseguiu fazer um texto em jeito de resumo de vida. Em poucas linhas juntou tudo o que lhe foi importante, a família, o país, os valores e a fé.
Seríamos nós capazes de escrever um texto assim? O que é que lá escreveríamos?
O aeroporto custou cerca de 33 milhões de euros, foi aberto no meio do nada e recebe apenas um voo por semana - há alguns dias, um avião com capacidade para 49 passageiros trouxe só sete. Para chegarem à cidade, esses turistas destemidos tiveram de se deslocar numa estrada com poucas condições - mas em breve esse problemas será resolvido, uma vez que está a ser construída uma auto-estrada.
Sábado, editorial
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera