Na Pérsia do Xá Reza Pahlevi que governou o atual Irão até à revolução islâmica, o uso do véu islâmico era interdito.
Tal restrição impediu que durante doze anos, milhares de senhoras saíssem de casa. A educação e a sua vivência não lhes permitia sair de casa. O motivo da clausura não era apenas a proibição, era também uma questão social. Quem cresceu numa terra pequena como eu terá uma percepção mais espessa do que pode significar impedir o uso de uma peça de roupa de resguardo a uma senhora.
Parte do apoio popular que o Aiatola Komeni teve no inicio da sua revolução resultou também do alivio que os sectores mais tradicionais sentiram relativamente à ocidentalização forçada levada a cabo pelo regime do Xá.
Podemos também aqui lembrar a história do fez turco. Ataturk, o pai dos turcos e da Turquia laica que andará nos dias de hoje às voltas na tumba, disse aos turcos tradicionalistas que com ele no poder teriam de escolher entre manter o fez ou a cabeça. Após algumas decapitações o fez caiu em desuso.
O debate sobre estas questões de indumentária acabam sempre na liberdade individual. Os municípios franceses proibicionistas do nada estético burquini insistem em ignorar a história e em serem simetricamente idiotas aos clérigos islâmicos ideólogos dos tecidos que escondem a face das senhoras.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera