Em 490 a.c Filípedes correu 40 km entre a planície de Maratona e Atenas para dar a notícia da vitória sobre os persas e assim evitou que as mulheres atenienses cumprissem as instruções que tinham recebido antes da batalha. Em caso de derrota teriam de executar os filhos e de seguida suicidar-se, impedindo assim que os persas se vingassem.
Tendo a batalha demorado mais que o que seria normal, Filípedes, conhecendo a coragem das atenienses, correu tão rápido quanto pode até Atenas e ao chegar conseguiu apenas dizer “Vencemos” caindo morto pelo esforço.
3400 anos mais tarde, em 1896 nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, Filípedes foi homenageado com a criação da prova da Maratona.
Em 1912 no Jogos Olímpicos de Estocolmo o português Francisco Lázaro morreu durante a prova, tendo na altura contribuido para uma aura mítica da dificuldade em cumprir esta distância. A Maratona é a prova maior dos Jogos Olimpicos. A prova feminina que se disputa apenas desde 1984 abre os Jogos e a masculina encerra-os.
Apesar de ter tido por duas vezes a bandeira no lugar mais alto do podium, com Carlos Lopes e Rosa Mota, Portugal não tem tido nos últimos anos uma presença regular nestas provas.
Longe das luzes da ribalta que incidem sobre os campeões, milhares de cidadãos anónimos juntam-se regularmente nas grandes cidades de todo mundo para, cada um à sua maneira, viver a aventura dos 42 km. Alguns fazem-no por teimosia, outros talvez por masoquismo, outros ainda por terapia, outros pela celebração do esforço e outros ainda nem sabem bem porquê. Todos formam uma tribo estranha que se reúne ao longo de uma longa faixa de alcatrão. Como em todas as provas de resistência vence-se chegando ao fim, e o segredo é simples – um pé de cada vez.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera