Actualidade e lugares
Sexta-feira, 5 de Novembro de 2010
Sentido de oportunidade

"Ser socialista, em Portugal, é ser social-democrata na Suécia, na Finlândia, na Dinamarca, na Holanda, na Noruega, etc."

 

Esta frase é Luis Novais Tito num post do seu blog A barbearia do senhor Luís.

 

Depois de ter lido este excerto hoje no Facebook, voltei a ouvir a mesma ideia pela boca do Carlos Magno no Contraditório.

É curioso que há poucos meses o PS assumia-se como a esquerda responsável e realista, e agora, perante a dura realidade do país (causada obviamente pelas declarações do PSD) assim como pelas sondagens, já se estão a posicionar na social-democracia. Não é curioso, mas com o cheiro a eleições no ar mostra um aguçado sentido de oportunidade.

 



publicado por Paulo Sousa às 20:00
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2 comentários:
De Luís Novaes Tito a 6 de Novembro de 2010 às 01:54
Paulo,
Ou anda distraído há 30 e tal anos, ou nunca entendeu o que é o Partido Socialista.
No entanto tudo está bem claro na Declaração de Princípios do PS.
Faça o favor de ler aqui.
http://www.ps.pt/declaracao-de-principios/declaracao-de-principios/itemid-100005
Se ainda assim não entender experimente ver o documentário sobre Tito de Morais "Antes quebrar que torcer". Verá o que Manuel Alegre diz da ideia de um dos três primeiros fundadores do PS.

Como vê as coisas não correm ao sabor dos calendários eleitorais. É mesmo o princípio da coisa.
Abraço


De Paulo Sousa a 8 de Novembro de 2010 às 17:22
Luis,

Antes de mais obrigado pela resposta. Demorei na resposta por ter estado uns dias fora.
As declarações de princípios são isso mesmo 'declarações de princípios'. Na prática corrente dos partidos, especialmente se estiverem no Governo, a conveniência imediata ou próxima coloca em segundo plano os benefícios comuns a longo prazo. Isso acontece com o PS no Governo conforme aconteceu com o PSD sozinho ou em conjunto com o PP. A reduzida espessura da cultura democrática do nosso país convive pacificamente com isso. Basta observarmos, por exemplo, a correlação estreita entre a política fiscal e os ciclos eleitorais para constatarmos que há demasiadas coisas que funcionam dessa forma e isto inclui o discurso político, o motivo do meu post.
Sendo tradicionalmente um votante PSD (sendo que apesar disso não voto laranja há várias legislativas), discordo com a visão que o PS tem para o nosso país. Não discordo apenas perante a actual realidade, que nenhum spin doctor poderá negar, mas por achar que existe demasiado estado na nossa sociedade sendo que uma das consequência disso é a perda da liberdade de escolha dos cidadãos pelo tipo de sistema de reforma, de saúde, de educação, etc. Sei também que ao defender mais liberdade de escolha levo com o carimbo de neo-liberal, palavra que há muito deixou de ser um substantivo para se tornar num adjectivo. O preconceito nacional que me leva a ser carimbado desta forma leva-me a concluir que a liberdade é no nosso país refém da esquerda.
Também acho que o amor à camisola clubística deve ser reservado ao futebol e por isso permito-me ser crítico também do PSD. Confesso que ainda não me consigo entusiasmar com a actual direcção, mas apesar disso acho que o país precisa, até por uma questão de sanidade mental, moral e democrática, de mudar as linhas de orientação. Não aceitar isso é negar as virtudes da rotação democrática.
Podemos nos agarrar às declarações de princípios e jogar com as palavras para defender o nosso 'clube' e até negar o inegável, mas essa prática levou a política nacional a um nível demasiado baixo de onde urge sair.
No actual cenário é natural que o discurso político do PS pretenda aproxima-lo de uma pseudo-social-democracia, da mesma forma que no passado não muito longínquo o fez afirmar-se como uma esquerda realista, terceira via, etc…
O motivo do meu post e do comentário no seu blog foi apenas sublinhar o detalhe que considerei como sendo um ponto de viragem, subtil, mas inegável.
Um abraço


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O Futuro e os seus inimigos

 

de Daniel Innerarity

 

Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental

 


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