Desde que se começou a falar na vinda do FMI para ajudar Portugal a controlar o défice orçamental, que todos aqueles que se incomodam com a inúmeras e infindáveis mentiras de Sócrates, nos quais eu me incluo, que começaram a achar que o regresso do FMI ao nosso país seria o atestado inequívoco da incompetência de quem nos tem governado. Perante esse facto até os cidadãos honestos que repetidamente foram enganados nas campanhas para as legislativas, concluiriam que, de facto, tínhamos de mudar de rumo.
Recordar a hostilidade com que todos os opositores do Governo foram tratados desde há cinco anos, ajuda a entender este desejo de ver Sócrates ser afastado com o enxovalho possível.
Há uns meses Sócrates acreditou que com um pouco de arrogância, a desnorteada oposição ficaria atarantada e encolher-se-ia, mas como o assunto em causa são números, são contas públicas e não sondagens, e ter-se-á esquecido que os analistas financeiros não são eleitores, nem precisam de ser amigos do PS para assegurar o emprego e por isso cingiram-se a fazer o seu trabalho de avaliar a credibilidade das economias. O resultado já é de todos conhecido.
Perante o inegável e insustentável desconforto do Governo, todos os que querem ver José Sócrates dali pra fora, e que são cada vez mais, acabam por desejar que o mais rapidamente possível chegue o FMI, que o amarre, silencie e nos devolva a sanidade.
É normal que um cidadão que gosta de acreditar que vive numa sociedade democrática, deseje isto aos representantes do seu país?
Como é que chegamos a este ponto?
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera