De forma a apoiar as empresas o Governo anunciou a criação de um fundo para financiar as indemnizações pagas aos trabalhadores em caso de cessação do contrato de trabalho. A ministra do Trabalho deixou claro que “não haverá nenhuma contribuição pública” para o fundo, pelo que este terá de ser alimentado exclusivamente com a participação das empresas.
Esta medida é fantástica, ficando apenas por esclarecer se as empresas que, com maior ou menos esforço não despedem, também terão de contribuir para esse fundo. Se tiverem de o fazer, esta medida constituirá apenas num novo e imaginativo encargo para penalizar quem não pratica o que se pretende evitar, o que não poderia ser mais socialista. Se a medida for exclusiva às empresas que despedem, então isto não será mais que um baralhar e dar de novo, pois os encargos do despedimento serão suportados por quem despede, o que vendo bem… já acontece agora.
Falta apenas saber se, num caso ou noutro, as empresas terão de contribuir antes do despedimento ou apenas depois. Se for antes, então isto não será mais que uma antecipação de encargos o que poderá levar a uma antecipação de novos despedimentos. Se for depois, então alguém terá de adiantar o valor da indemnização a receber pelo empregado despedido, mas esse caso será o mais fácil de resolver... manda-se dívida para a China.
Cá por mim, que tenho mau feitio, estamos perante mais uma prova do estado de negação em que vive o Eng. Sócrates.
A única forma de reduzir os encargos para quem despede é limitar os direitos de quem é despedido. Tudo o que for feito além disto não será mais do que poesia sem graça.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera