
Ontem disputou-se um jogo de futebol entre a União Recreativa e Desportiva Juncalense e a equipa da Atouguia da Baleia.
Antes do início do encontro, estas duas equipas encontravam-se em segundo e primeiro lugar respectivamente, na 1ªDivisão da Associação de Futebol de Leiria. Tendo o Atougia dois pontos de vantagem, estava em causa a confirmação do primeiro lugar ou o acesso ao primeiro posto.
Importa referir que o plantel da URDJ é o único de toda a divisão que não remunera os seus jogadores. Todas as outras equipas o fazem, algumas sob a forma de remuneração outras a título de compensação de combustível. Todas excepto a URDJ.
Há uns anos fiz parte da Direcção da URDJ e lembro-me da dificuldade que era cumprir com as comparticipações para com os jogadores no dia estabelecido. Algum anos depois, outras Direcções entenderam, e bem, que o a URDJ proporcionava aos seus jogadores a possibilidade de participar num desporto de equipa num clube com uma tradição proporcional à respectiva escala e isso, juntamente com o forte espírito de equipa que sempre se viveu no balneário, deveria ser suficiente para que cada um se sentisse motivado em dar o seu melhor.
Depois disso as finanças da URDJ entraram e velocidade de cruzeiro, o que equivale a dizer que cumprem pontualmente com as suas responsabilidade, e cada treino passou a ser não uma obrigação, mas uma oportunidade de confraternizar com os amigos que Domingo após Domingo jogam com uma farda da mesma cor.
Não há muito tempo assisti a um treino numa noite fria, e regressei a casa convencido de que ali há equipa.
Poucos dias depois numa conversa informal com um dos seus históricos dirigentes, soube que numa outra noite, ainda mais fria, em que chegou a cair uma saraivada de pedraço, todo o plantel se apresentou ao treino.
Regressando ao início do post, importa dizer que no jogo de ontem, o Atouguia iniciou o marcador. Depois do balde de água fria do 0-1, a URDJ, jogando em casa, consegui virar o resultado para 2-1. No fim do jogo celebrou-se o título de Campeão de Inverno.
À noite o plantel juntou o Jantar de Natal da equipa, na sede da Associação, com a celebração da subida ao primeiro lugar.
Estive com eles e foi bonito assistir aos relatos na primeira pessoa dos momentos do jogo. Num canto do bar, com uma bola imaginária, recriou-se as simulações que levaram ao empate, assim como aos dois túneis consecutivos que abriram a porta ao segundo golo. Tudo acompanhado com atenção pelos adeptos, como se de uma repetição se tratasse.
A subida ao primeiro lugar foi assim celebrada até tarde, com garrafas de Beirão e de Favaios que circularam livremente pelo balcão, como que movidas por toques e dribles cheios de jeito, amizade e admiração trocadas entre jogadores e adeptos.
Sinto que assisti a um exemplo do que o desporto tem de melhor, e em que futebol amador deu uma lição ao ditador futebol profissional.
À nossa escala, a única hipótese de notoriedade televisiva seria pela mão do programa 'Liga do Últimos', mas o nosso sucesso impossibilita-nos tal privilégio. É pena, mas não temos pena nenhuma.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera