Quando vemos empresas a fechar por não suportarem tantos impostos e exigências por parte do Estado e os seus empregados a emigrarem, quando vemos filas de carros para abastecer onde o combustível é mais barato uns cêntimos, tentando ingloriamente minimizar o efeito dos mais altos impostos sobre combustível da UE, quando pagamos uma das taxas de IVA mais castradoras do consumo, quando vemos escolas a reduzir os seus quadros em consequência dos cortes orçamentais, quando lembramos com saudade o tempo em que eram as empresas do nosso concelho que mais emprego criavam, ao contrário do que agora acontece, onde além da Câmara são empregadores de referência as Juntas de Freguesia e as Instituições de Solidariedade, não deixa de ser caricato abrir o quinzenário regional O Portomosense e tomar conhecimento que o socialista Governador Civil de Leiria, Paiva de Carvalho conseguiu disponibilizar fundos no montante de 2,3 milhões de euros para a aquisição de viaturas de Bombeiros. Este valor custeará 70% das viaturas, sendo os restantes 30% suportados pelas respectivas corporações.
Era este investimento imprescindível? Não sejas parvo que um investimento na nossa terra é sempre bom. Ok! Mas com que critério foram escolhidas as viaturas?
Carlos Alberto, Comandante dos Bombeiros de Mira de Aire, confessa que "não havia necessidade de um carro tão bom", até pelo que isso representará em termos de esforço financeiro, "quando o que precisávamos mesmo era de viaturas para a secção de São Bento. Embora reconheça que a actual viatura adaptada para desencarceramento está aquém das necessidades, não esconde a sua preferência por um carro mais "modesto em vez de um de 150 mil euros". Acrescenta que a proximidade geográfica a Minde (a menos de 5km, mas já no distrito de Santarém) faz com que estejamos perante uma duplicação de meios. Para resolver o 'problema' dos 30% de 150 mil euros, o Comandante considera a possibilidade de contrair um empréstimo ou então terá de ir bater à porta da Câmara para ver se o podem ajudar.
Os Bombeiros do Juncal também receberam um presente e a população está a preparar diversas iniciativas de forma a angariar fundos para ajudar a corporação. Uma delas será um concurso de sopas e já convidaram um grupo de dançarinas e outro de cavaquinhos para animar o evento.
E tudo vai bem no Reino de Sua Majestade.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera