Olhando para a auto-estrada sem portagem que se abre dia após dia para que Pedro Passos Coelho chegue a Primeiro-Ministro, questiono-me se não deveria o PSD tomar as rédeas dos acontecimentos e em vez de gerir calendários eleitorais. Fazer algo pelo país hoje é diferente de o fazer daqui a um ano ou dois. A realidade de hoje é diferente do que será 2011 ou 2012 (La Palisse não diria melhor) e o país sabe que é necessário inverter a trajectória. Há que fazê-lo quanto antes. Se os dias corressem linearmente sem perturbações nunca um vulcão esquecido na Islândia interromperia o quotidiano de meio globo, nem o Tsunami no extremo oriente teria acontecido. E no entanto, sem ninguém os esperar, aconteceram. Achará o PSD que tem todas as variáveis no bolso?
Será que deixando o PS cozer em lume brando não estará a ser demasiado cínico para um partido que quer ser alternativa?
Claro que todos gostamos de assistir ao estertor político de Sócrates, que todos os dias nos brinda com uma nova sessão de break-dance dentro de uma poça de ridículo. Mas o tempo passa e, como aqui diz o Eduardo, estamos apenas a deixar passar o tempo, sem nada fazer. Não faz sentido. A história mostra que os líderes visionários foram capazes, eles próprios, de marcar o quotidiano dos outros e não o contrário.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera