Com uma história de mais de oito séculos, as batalhas travadas por soldados portugueses foram inúmeras. Nem todas vitórias, nem todas derrotas. Algumas mais importantes que outras, mas em todas houve esforço e sacrifício individual por um ideal colectivo.
Aos olhos de hoje podemos considerar que os objectivos de cada uma delas terá sido mais ou menos razoável, totalmente justificado ou simplesmente descabido. Ainda assim, o esforço individual este sempre presente.
A história é contada pelos vencedores e aos derrotados nem sempre é reconhecido o empenho e o sacrifício.
A participação do nosso país na Primeira Guerra Mundial serviu essencialmente para credibilizar a República recém instaurada perante os aliados, nomeadamente o Reino de Inglaterra, e para defender os territórios africanos dos interesses coloniais alemães.
As tropas lusas do Corpo Expedicionário Português foram enviadas para a Flandres e aí passaram um inverno especialmente chuvoso e frio. Por lhe ter sido distribuído o sector de menor altitude da toda a região passaram todo o inverno dentro da lama provocada pela água da chuva bombeada pelos alemães colocados nos locais mais elevados, assim como pelos seus esgotos.
Devido a diversos problemas políticos em Portugal, os nossos soldados acabaram por nunca terem sido rendidos ao ritmo trimestral previsto e praticado pelos demais exércitos. No final do Inverno, nove meses após a sua chegada, o moral era baixíssimo. Os oficiais com influência política conseguiam licenças e nunca mais voltavam. Verificaram-se deserções e suicídios.
No início da primavera, a 9 de Abril, quando o tempo começava a melhorar, deu-se a Batalha de La Lys. Completam-se hoje 93 anos.
Todos já ouvimos falar da estrondosa derrota que sofremos. O ataque alemão foi preparado durante todo o inverno, e foi a última grande ofensiva das forças do Eixo antes da sua rendição em Novembro desse ano.
Os poucos sobreviventes regressaram gaseados e incapacitados para uma vida que para muitos foi curta e difícil.
O país que por incapacidade governativa, aguarda hoje pela ajuda financeira internacional é o mesmo que esquece os seus soldados. Veremos as referências que esta data terá hoje nos media nacionais.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera