Actualidade e lugares
Segunda-feira, 19 de Julho de 2010
Forum Jornal de Leiria

 

Seguindo o repto do Jornal de Leiria, transporto esta questão aqui para o Vale do Anzel.

 

O ex-ministro das Finanças do governo do “Bloco Central”, Ernâni Lopes, defendeu, nas jornadas parlamentares do PSD, a diminuição dos vencimentos da Função Pública, incluindo os ministros, entre 15% e20%, como aconteceu na Irlanda.

“Quinze por cento sem dúvida, 20%provavelmente”, afirmou o actual presidente da Fundação Luso Espanhola,que referiu ser absurda “esta solução coxa de, na incapacidadede tocar na despesa pública, aumentar a receita”, criticando ainda a tentativade se diminuir a despesa pública com “paninhos quentes”.

Esta é, de resto, uma medida já defendida por outras personalidades, nomeadamente por Basílio Horta, ficando por perceber se o corte de vencimentos se daria nos vencimentos de todos os funcionários públicos ou apenas nos que se situam acima de determinado valor.

Que comentários lhe merecem esta questão?

 

Há dias em conversa com um trabalhador da fábrica de telhas CS, uma referência regional de inovação e solidez financeira, soube que há 25/30 anos, alguém com o cargo de encarregado era remunerado em valor idêntico ao de um professor primário. Nos dias de hoje um professor primário recebe cerca do dobro.

Esta diferença mostra a distância entre a remuneração dos quadros público e a economia real.

Lamentavelmente a economia real não acompanhou os pressupostos usados para calcular a evolução salarial da função pública, e estando o país a atravessar um momento em que se exigem correcções, a redução dos salários é uma das correcções que se impõe.

Mas mais que reduzir as remunerações seria desejável reduzir o número de funcionários públicos. Digo isto pois a redução de salários não passa de uma medida de curto prazo. Num qualquer momento eleitoral o decisor público não resistirá em piscar o olho a um grupo tão extenso de eleitores como o de funcionários públicos. Por isso, mais do que reduzir remunerações, importava reduzir o universo dos funcionários públicos. Menos Estado e melhor Estado.

Um abraço aos amigos Jorge Vala e Eduardo Louro que também opinaram sobre este assunto.



publicado por Paulo Sousa às 08:00
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2 comentários:
De Eduardo Louro a 19 de Julho de 2010 às 22:22
Ppois Paulo, mas para isso é necessário rever a Constituição. ´Será por isso que, de repente, a revisão constitucional passou para o topo da agenda política?
Eu, por acaso, acho que foi para rapidamente fazer esquecer que chegou a ser posta em cima da mesa uma proposta de convergência parlamentar para um novo governo que pudesse inverter este processo auto destrutivo.


De Paulo Sousa a 20 de Julho de 2010 às 08:43
Anda meio mundo aterrado só em ouvir falar em revisão constitucional, sem que ainda se tenha entrado em detalhes a alterar.
As mudanças que julgo necessárias passam por algumas alterações que não sei se estarão previstas nos planos do PSD.
E afinal de contas a Constituição não foi escrita no Monte Sinai durante a fuga do Egipto. Pode e deve acompanhar as mudanças da realidade. Se pensarmos em quanto o mundo mudou nas últimas semanas (lembra-se do PM?) e lembrar-mo-nos que a Constituição não é revista há mais de uma década, temos de concordar com a necessidade da algumas afinações.
Algo que permitisse a redução da dimensão do funcionalismo público, era positivo.


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Obrigado Laura,Apenas aqui poderia ter chegado pel...
magnífico texto.Cheguei aqui através do "Delito".
Lembram-se de quando as taxas ultrapassaram os 7% ...
Se o discurso do sr burlão da ONU fosse de apoio a...
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