Hoje participei no programa Prova Oral do Alvim. A convidada era uma socióloga defensora das causas LGBT e estava radiante por Portugal ser o quinto (!!) país do mundo a permitir que um(a) jovem com 16 já possa mudar de sexo sem ter de ouvir a opinião de um médico.
O programa permite enviar uma mensagem por WhatsApp e foi isso que fiz. Parei na berma e fiz pisca, ouve-se na gravação. Entrei no ar aos 17m30 do programa. A convidada respondeu à minha participação com ironia. No seu comentário à intervenção seguinte acabou por desabafar "finalmente uma pergunta muito bem formulada e inteligente", por contraposição às anteriores onde a minha se incluía.
Já há bastante tempo notei que o lobby gay tem dificuldade em lidar com o contraditório. Quem discorda, ou apenas tem dúvidas, é atrasado e retrógrado. Neste caso específico a falta de inteligência poderá ser uma explicação. Noutros tempos chamei a este modus operandi o argumento Ctrl + Alt + Del, que para quem não sabe é o comando com que noutros tempos se resolviam os impasses dos PC's. Quando não se tem argumentos desclassifica-se a outra parte e dá-se o assunto por terminado.
Toda a dinâmica é apresentada como sendo o que há de mais moderno, e que por isso é inquestionável. Quem levantar questões, não alinhar em tanta certeza absoluta e que coloque questões ouve frases como a da convidada algures durante o programa: "estamos em 2018, se calhar já mudávamos um bocadinho estas cabeças". No fundo dizem ao que vêm, querem mudar as convicções dos outros, o que não deixa de ser uma prática antiga já com a idade da história da humanidade.
Durante o programa a socióloga convidada ainda teve tempo para falar do ataque em curso à democracia brasileira. Se o programa tivesse mais dois minutos aposto de que ainda falaria do aquecimento global e do Grupo Bilderberg.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera