Passados nove anos do 11 de Setembro, confirma-se o que alguém disse logo após o ataque a NY, o mundo mudou nesse dia.
Após as intervenções no Afeganistão e no Iraque, é óbvio que apenas a primeira destas fez sentido. A esta distância é fácil concluir que o esforço dispendido pelos EUA e seus aliados na antiga Babilónia teria tido mais frutos se tivesse sido concentrado no Afeganistão assim como em algumas regiões do Paquistão, conhecidas por Zonas Tribais, onde as autoridades formais não tem poder efectivo. É nestas Zonas Tribais que os terroristas recrutam e treinam jovens para combater a civilização ocidental. Depois do 11 de Setembro ficamos a saber que esta ameaça é efectiva.
Os governos dos países da Nato, que dependem dos respectivos eleitorados, sentem falta de apoio da opinião pública para dispender o esforço necessário para eliminar esta ameaça.
Ao contrário do sentimento para com o que se passa muito longe, verificam-se alguns sinais de intolerância para o que está próximo, e que é o vizinho diferente, especialmente para com os muçulmanos.
Não sei o que se irá passar com a ameaça da queima do Corão por parte de um qualquer pastor radical na Flórida, mas a confirmar-se será exactamente o contrário do que necessitamos. Os radicais islâmicos, uma minoria ávida de poder, não hesitarão em usar este facto para incentivar ainda mais os seus seguidores. Além além da Real Politik sabemos que a queima de livros esteve sempre associada a períodos negros da história da humanidade e só quem estiver interessado nisso pode apoiar a ideia.
Da mesma forma, acho que o impedimento em construir uma Mesquita numa área próxima do Ground Zero, seria aproveitado pelos radicais islâmicos e por isso não seria desejável. Pelo contrário, a autorização da sua construção, mostra ao Islão e ao mundo que o Ocidente respeita todas as crenças e daí sobra uma lição de tolerância, palavra que não rima com 11 de Setembro.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera