Ontem à noite presenciei uma demonstração de danças tradicionais do México e da Geórgia. Importa dizer que a mesma decorreu no adro em frente à Igreja do Juncal, uma pequena vila do Centro do país.
Não me lembro de alguma vez aqui ter assistido a algo de tão diferente.
Foram bastantes as ideias que me atravessaram o pensamento ao longo de uma hora, que passou muito rapidamente.
Imaginei o Juncal há cinquenta anos, uma terra pequena num país isolado, e depois regressei mentalmente para assistir ao que foi inequivocamente um extraordinário momento de globalização.
As brilhantes actuações destes dois grupos, muitos distintos entre si, foram intercaladas, o que proporcionou ao público um gigantesco salto geográfico sempre que se mudavam os instrumentos e os dançarinos.
Tive pena que não fosse feita um pequeno enquadramento de cada um dos países, especialmente sobre a Geórgia que será o menos conhecido.
Ambos os grupos foram uns excelentes embaixadores do seu país e da sua cultura. Questionei-me se um rancho folclórico português a actuar fora de Portugal, não fará muito mais pela divulgação do nosso país, do que o ICEP alguma vez será capaz de fazer.
O público adorou e não poupou as palmas.
A presença destes grupos tradicionais no nosso país deve-se ao convite e ao empenho do Rancho Folclórico das Pedreiras em organizar o Festival Internacional de Folclore. No próximo Sábado, dia 7, o espectáculo continua nas Pedreiras.
Deixo-vos duas pequenas amostras.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera