Actualidade e lugares
Terça-feira, 6 de Maio de 2014
Heidegger
“Quando a tecnologia e o dinheiro tiverem conquistado o mundo; quando qualquer acontecimento em qualquer lugar e a qualquer tempo se tiver tornado acessível com rapidez; quando se puder assistir em tempo real a um atentado no ocidente e a um concerto sinfônico no oriente; quando tempo significar apenas rapidez online; quando o tempo, como história, houver desaparecido da existência de todos os povos, quando um desportista ou artista de mercado valer como grande homem de um povo; quando as cifras em milhões significarem triunfo, – então, justamente então — reviverão como fantasma as perguntas: para quê? Para onde? E agora? A decadência dos povos já terá ido tão longe, que quase não terão mais força de espírito para ver e avaliar a decadência simplesmente como… Decadência. Essa constatação nada tem a ver com pessimismo cultural, nem tampouco, com otimismo… O obscurecimento do mundo, a destruição da terra, a massificação do homem, a suspeita odiosa contra tudo que é criador e livre, já atingiu tais dimensões, que categorias tão pueris, como pessimismo e otimismo, já haverão de ter se tornado ridículas.”
Martin Heidegger (1889-1976)
Introdução à Metafísica - 1953
Segunda-feira, 4 de Junho de 2012
Pedagogia pela catástrofe
Ao ler umas linhas de Gonçalo M Tavares, no prefácio de um livro sobre o PREC, tropecei numa referência a um filósofo alemão, Sloterdijk de seu nome. Pelo Wikipédia soube que é uma figura da actualidade.
Gonçalo M Tavares traz à discussão um tema de Sloterdijk que é a 'pedagogia pela catástrofe'. O autor alemão aborda o que chama de cultura pânica que mede e pesa a quantidade de catástrofe mínima necessária para a mudança do homem. É preciso que ocorra o pior para que se possa 'iniciar uma mudança de hábitos', tudo isto expresso na extraordinária fórmula: quem não quer ouvir tem de sentir.
O autor português aborda também Nietzsche, que associa o sofrimento do povo da antiga Grécia à sua sabedoria e chega a referir que o sofrimento será assim uma iniciação a um conhecimento maior. Não pretendo aqui fazer nenhuma apologia do sofrimento mas ao ler isto várias ideias me cruzaram o espírito.
Olhando para a história da Europa ao longo dos séculos em geral e para as duas Guerras Mundiais em particular, terá sido o nível de destruição então verificado que permitiram os entendimentos entre nações que abriram as portas ao projecto europeu.
A uma escala bem menor nos danos e sofrimento causado, podemos adiantar que o resgate financeiro solicitado pelo anterior PM português, com todas as consequências no nível de vida dos portugueses, é uma oportunidade para podermos aprender com os excessos cometidos no tempo das farturas e do optimismo para que no momento seguinte não voltemos a repeti-los.
Terça-feira, 27 de Dezembro de 2011
As tábuas da lei de Russel
Bertrand Russell’s Ten Commandments
The philosopher Bertrand Russell wrote his own personal set of ten commandments. They were published under the title “My Ten Commandments” in Everyman magazine in 1930.
They ran as follows: -
1. Do not lie to yourself.
2. Do not lie to other people unless they are exercising tyranny.
3. When you think it is your duty to inflict pain, scrutinize your reasons closely.
4. When you desire power, examine yourself closely as to why you deserve it.
5. When you have power, use it to build up people, not to constrict them.
6. Do not attempt to live without vanity, since this is impossible, but choose the right audience from which to seek admiration.
7. Do not think of yourself as a wholly self-contained unit.
8. Be reliable.
9. Be just.
10. Be good-natured.
Roubado daqui, via Torcato Guimaraes.