Actualidade e lugares

Quarta-feira, 12 de Dezembro de 2018
O dia da metadona

A entrada do estado na esfera privada é uma tendência ainda em crescimento mas um dia terá de ser travada.

A invasão começou ainda sem esse propósito e era então justificada pela vontade de limitar as assimetrías sociais que existiam em proporções diferentes de país para país. O aumento dos impostos foi vestido com um fatinho domingueiro de forma a acrescentar ao estado a responsabilidade de tratar dos pobres e desvalidos. Quem é que de boa consciência humanista poderia questionar tal propósito? Até um certo ponto tudo funcionou dentro do benevolente espiríto inicial, mas ano após ano as garantias dadas a todos e a cada um foram sendo alargadas, pois era preciso alimentar a satisfação pública à frequência das eleições. Pouco a pouco chegou-se a pontos em que os encargos (e regulamentos) a quem cria riqueza, e por isso alimenta financeiramente o sistema, eram tais que deixou de compensar correr riscos e passou a ser mais racional mudar da coluna dos que contribuem para a dos que recebem. Alguns passaram a ser exclusivamente contribuintes e outros exclusivamente benificiários. Ao longo dos anos esta última tem aumentado significativamente. No nosso país os benificários de transferências directas do estado ultrapassa os 60% da população.

À minha volta isso demorou a ser notório, ou então fui eu que demorei a reparar. Sabiamos que no interior do país, num mundo social e economicamente deprimido, era o estado que ia mantendo a permanência de pessoas. Sabiamos que no interior havia menos empresas e negócios e por isso o peso do estado era superior ao das zonas mais dinamicas. Câmaras e Juntas eram ali os principais empregadores. À volta do Juncal, aqui perto da costa, graças às cerâmicas e às fábricas de moldes era tudo diferente.

Ano após ano a relação de dependência ao estado foi-se aprofundando. Os políticos para sobreviver precisam de se mostrar agradáveis e os cidadãos reagem positivamente a estímulos positivos. Esta simbiose manteve-se mesmo quando o ponto de equílibrio foi ultrapassado, e no caso português já foi ultrapassado tantas quantas vezes falimos nos últimos 40 anos.

Tudo isto já era para mim um facto, mas no passado dia 10 voltei a aperceber-me da dimensão da coisa. E é nesse dia que são pagas as pensões e é também nesse dia que nas pequenas povoações a economia local acelera com a nova injeção de liquidês. No dia 10 os balcões bancários estão apinhados de gente desde a abertura até ao final do expediente. O quadro de pessoal não pode tolerar folgas nesse dia e mesmo assim as filas chegam permanentemente à porta. Neste dia, por mim batizado pelo dia da metadona, não se pode ir ao banco por outros motivos que não seja ir levantar a reforma. Parecem os drogados a tremer e transpirar na fila à espera da dita substância.

Esta pincelada de realidade mostra como será difícil interromper este ciclo que alterna as falências do estado com os períodos de austeridade. Numa democracia onde a maioria decide, 60% dos eleitores escolherá sempre o benefício imediato em vez de um futuro diferente para as gerações futuras e isso impede as mudanças. De que forma se poderá interromper esta trajectória? Será mesmo este o nosso fado?



publicado por Paulo Sousa às 12:00
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Segunda-feira, 12 de Janeiro de 2015
Auto de fé contra os valores ocidentais

Esta semana em Paris dois grunhos entraram na redacção de um jornal e assassinaram 10 jornalistas e 2 policias. Estavam combinados com um terceiro grunho que invadiu um supermercado e fez reféns os seus clientes, tendo vindo a assassinar quatro deles. Mais uma vez o radicalismo islâmico tenta espalhar o terror no mundo ocidental.

Importa dizer que o Charlie Hebdo era um jornal dirigido a um reduzido nicho de mercado e o ateísmo era um seus pilares. Não fosse terem sido alvo há uns anos de um ataque com uma bomba incendiária, seriam uns desconhecidos à escala global. Para a maioria do público francês era apenas um jornal desprezível e provocador. O seus editores, herdeiros do espírito de Maio de 68, desprezavam a sociedade mas ainda assim mereciam protecção especial da república, o que não deixa de ser caricato.

A questão que se coloca é se este tipo de publicação, ou outra, deve ser sujeita a limitações para prevenir problemas futuros, seja lá que isso for. Por isso o debate que levanta é sobre a essência da liberdade de expressão.

Exibindo cartazes dizendo 'Je suis Charlie' o mundo mostrou-se solidário nas redes sociais e nas manifestações que reuniram vários milhões de pessoas um pouco por todo o mundo ocidental. Mais que solidariedade a mensagem foi de defesa da liberdade e dos nossos valores.

Vestindo a camisola de pós-modernos super-moderados surgiram algumas vozes que, condenando o terrorismo, lembraram que os conteúdos do Charlie eram abusivos e por isso eles andavam a pôr-se a jeito. Construíram-se muitas frases à volta desta ideia mas o 'andavam a pôr-se a jeito' está lá sempre. E isto não é mais que reduzir o quão hediondo é o radicalismo religioso, seja ele cristão na Idade Média ou muçulmano no sec XXI.

Limitar os conteúdos dos media ao bom gosto é algo que sempre existiu e existe nas ditaduras. E quem é que é o juiz do bom gosto? Quem é que pode usar a caneta azul? Cada um de nós tem critérios diferentes e se para uns faria sentido banir por exemplo a pornografia, para outros todas as publicações religiosas teriam de deixar de existir.

O pensamento do mundo ocidental formou-se ao longo de séculos. Foi a Revolução Francesa que iniciou a queda do Antigo Regime e um dos pensadores dessa época, Voltaire, disse: “Não concordo com o que dizes, mas defenderei até à morte o direito de o dizeres”. Revejo-me nesta abordagem e por isso discordo abertamente com qualquer 'andavam a pôr-se a jeito' na análise do que aconteceu. Acrescento dizendo que depois disto passei a adorar o detestável Charlie Hebdo.

Emmanuel Kant foi outro filosofo que contribuiu para o pensamento ocidental. Distinguiu que o que é legal pode não ser moral e vice-versa. O que é moral varia de pessoa para pessoa, ou de grupo de pessoas para grupo de pessoas, mas a lei é universal. Individualmente podemos considerar o aborto, o casamento gay, a eutanásia, etc, como sendo imorais mas aceitamos viver num país em que isso possa ser legal. E isso não é aceite por estes terroristas nem pelos seus instigadores. Tal como na Idade Média e ainda hoje nas ditaduras e nos regimes autoritários essa diferença não existe. Os líderes medievais assim como os dirigentes dos regimes autoritários eram e são donos da moralidade. Por isso temos de colocar no mesmo saco a Inquisição e os clérigos radicais muçulmanos. Uns organizavam autos de fé e os outros apelam ao assassinato de infiéis. O que aconteceu em França foi um auto de fé, não contra uma mulher a quem chamavam bruxa mas contra uns tipos que faziam uns desenhos provocadores e que até tinham pouca tiragem. Quem quiser inventar justificações para os inquisidores, ou para os carrascos que apenas cumpriram ordens, que o faça mas o que assistimos em Paris foi ataque medieval aos valores ocidentais.



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Sábado, 21 de Abril de 2012
Recortes da imprensa

O que é para si a liberdade?

 

É apenas votar e poder dizer o que pensa quando está com os amigos sentado num restaurante? Ou é um bocadinho mais do que isso?

É também poder escolher se pode fumar descansadamente dentro do seu carro ou da sua casa sem ser incomodado pela polícia? É ter hipótese de comprar uma garrafa de vinho numa bomba de gasolina quando vai jantar a casa de um amigo sem que o Estado se intrometa na sua vida, proibindo-o? É decidir se lhe apetece comer pão sem sal, hambúrgueres cheios de calorias ou batatas fritas com gordura sem ter de pagar um imposto extraordinário sobre o fast-food? É comprar cigarros numa máquina automática porque isso é mais prático para a sua vida - e o Estado não existe para lhe dificultar a vida? É poder escolher como educar o seu filho, em que escola e com métodos sem precisar de ser milionário? É não ser obrigado a pagar um imposto municipal que é uma renda sobre uma casa que já é sua? É ter controlo sobre o seu dinheiro? É não pagar 50% daquilo que ganha em impostos para sustentar um Estado irresponsável, incompetente e despesista? É optar pelo sítio onde quer colocar o dinheiro que desconta para as suas reformas no futuro? É ter uma comunicação social que não é vigiada, julgada e punida por cinco funcionários de uma entidade reguladora escolhidos pelos partidos políticos? É ter em Serviço Nacional de Saúde que seja cuidadoso com a forma como gasta o dinheiro dos seus impostos? É conseguir ver fechar uma maternidade excessivamente cara num sistema de saúde excessivamente despesista, mesmo que isso ponha em causa os interesses e o conservadorismo do lóbi dos médicos? É viver num País que não decide compensar os gastos desnecessários com o Estado com um novo imposto sobre os produto alimentares? É não ter um dos preços de combustíveis mais caros da Europa? É ter uma economia em que a concorrência existe e é realmente vigiada de forma eficaz? É poder subir o número de alunos por turma na escola pública para valores que, mesmo assim são bastante inferiores aos do ensino privado sem ter de passar por meses e meses de greves? É poder confiar num Ministério Público que seja capaz de condenar em tribunal pelo menos um caso de corrupção de 10 em 10 anos? É viver com uma justiça que funcione, uma economia que trabalhe e uma sociedade que reaja?

Se para si, a liberdade também é isto, então facilmente percebe que ainda estamos muito longe de a conseguir - 38 anos depois do 25 de Abril.

 

Gonçalo Bordalo Pinheiro, Sábado 



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Quinta-feira, 20 de Outubro de 2011
Sinais de esperança

 

 

Sinais de esperança nos políticos da minha geração. 



publicado por Paulo Sousa às 23:00
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Sábado, 10 de Setembro de 2011
Os donos da moral

 

O impulso controlador de uma certa esquerda não arrefeceu com a crise que se vive.

Depois da verdadeira caça às bruxas que, pouco a pouco, se tem vindo a tecer contra os fumadores, os pretensos donos da moral dos outros fazem uma nova investida, desta vez contra a comida chamada de fast-food.

O bastonário da ordem dos médicos acha que é reeducando fiscalmente o público ignorante e labrego que se resolve os problemas da saúde. Eu a ele preferia alargar o acesso à formação de médicos e assim possibilitar que milhares de portugueses pudessem ter acesso a um médico de família, o que não acontece em resultado da pressão que o lobby que representa exerce dentro do estado.

Fazendo um esforço por observar o fenómeno a uma distância maior podemos também ver uma das diferenças na acção da esquerda e da direita. Se um 'perigoso' liberal de direita não gostar de fast-food simplesmente escolhe uma alternativa. Já um indivíduo de esquerda, solidário e preocupado com o próximo, além de não frequentar as catedrais das calorias acha que os demais devem ser impedidos de o fazer.

A liberdade é bonita mas é nas cantigas de Abril, de resto só atrapalha.



publicado por Paulo Sousa às 14:00
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Sexta-feira, 2 de Setembro de 2011
Recortes da blogosfera
Foi Margaret Thatcher que disse que a sociedade não existe, só existem indivíduos e famílias. A frase, muito citada, reflecte um pensamento em que a direita se revê: culpar a sociedade é desculpabilizar os indivíduos, os únicos cuja existência pode ser comprovada pelas leis da física, logo os únicos que podem ser responsabilizados por tudo o que de bom ou mau acontece na praça pública.

Negar à sociedade qualquer responsabilidade, ou até a própria existência não é, porém, uma tese menos absurda que a da esquerda idealista que a todos perdoa, imputando as culpas das falhas humanas ao sistema.

As reflexões que os tumultos do Reino Unido suscitaram à direita e à esquerda confirmam que o mundo pode estar a mudar, mas o pensamento não. Enquanto os miúdos partiam montras na rua, os analistas vestiam as camisolas dos respectivos "clubes" e atiravam aviõezinhos de papel uns aos outros despejando as cartilhas da direita e da esquerda que já conhecemos de cor. Em tempo de crise, quando vemos o mundo que conhecemos a ameaçar ruir, estranho esta aparente falta de interesse em tentar perceber o que se passa. Deve ser reactivo este retorno ao discurso vincadamente ideológico que parece estar a voltar em força. O problema é que implica sempre alguma desonestidade intelectual, porque é, por natureza, redutor. Entretanto a História, que não é rapariga para se empatar com estas coisas, vai fazendo o seu caminho. E que depressa que ela vai. Receio que mais uma vez nos ultrapasse pela direita e fique a rir-se de nós.

 

Teresa Ribeiro, Delito de Opinião



publicado por Paulo Sousa às 23:00
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Quarta-feira, 17 de Agosto de 2011
Recortes da blogosfera

Há quase quatro anos que o liberalismo foi julgado, culpado e anunciado em extinção, apesar da crise ter sido causada em boa parte pelo socialismo europeu e seus congéneres americanos que, com a ajuda dos bancos, despejaram dinheiro sobre o povo como se não houvesse amanhã. Hoje, os mesmos arautos anunciam, alto e bom som o fim do capitalismo, um thinking da canga revolucionária pseudointelectual dominante.

Eles não aprendem. O fim do capitalismo é um pouco como o fim do mundo: estão condenados a acabar ao mesmo tempo. Porque o capitalismo é intrinsecamente humano, inseparável da liberdade, condição essencial da sobrevivência da espécie. Acontece que o homem, e por inerência o capitalismo são senhores duma extraordinária resiliência: adaptam-se para sobreviver. O mundo não acaba amanhã: por muito que nos custe, temos é muito que padecer e batalhar. É a nossa condição.

 

João Távora, Corta-fitas



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Terça-feira, 28 de Junho de 2011
A crise, a esquerda e a liberdade

 

A falência do Lehman Brothers em 2008 acordou o mundo para a crise financeira que hoje vivemos e ainda viveremos nos próximos tempos. Desde então o discurso da esquerda em geral e dos que não apreciam os EUA, onde se incluem os regimes autoritários, organizações terroristas, etc, insistem em explicar a origem da referida crise à luz da sua ideologia ou do seu ódio. Todos concordam em afirmar que o capitalismo e o neo-liberalismo (ainda não entendi a insistência no prefixo neo) foram os causadores da actual situação. Face às nefastas consequências da crise, a esquerda exige de imediato que seja reforçado o peso do Estado na economia para assim se evitar que se repita tamanha desgraça.

A solução apresentada, de reforçar a presença do Estado na economia e na sociedade, é um erro que se baseia num diagnóstico errado do que se passou.

A inovação está sempre associada a criatividade, à evolução tecnológica e à criação artística. É a inovação que faz crescer a economia, que agita os cérebros dos investigadores e dos cientistas, que cria riqueza e a distribui. Sem inovação não teríamos electricidade, medicamentos, motores de combustão, internet, … e sem isso ainda estaríamos na Idade Média.

A inovação resulta assim de uma atitude que ronda o limiar do que nunca foi feito. Foi exactamente essa atitude que levou à criação dos chamados activos tóxicos. Os seus efeitos chegaram onde chegaram porque os órgãos de supervisão das economias, ou seja o Estado, falhou no seu controlo.

Observemos as ervas que na natureza ocupam os espaços abandonados. É da natureza existirem sempre sementes a serem empurradas pelo vento à procura de condições para germinar. Muitas perdem-se na busca de condições para germinar, mas outras conseguem ficar depositadas onde há temperatura e humidade favorável. Até no meio das pedras da calçada, aparece erva. As ideias inovadoras são como as sementes empurradas pelo vento, algumas criam riqueza e outras não. Nesta comparação os órgãos de supervisão funcionam, ou deveriam ter funcionado, como os jardineiros que têm por função eliminar as ervas que nascem nos locais errados. Falharam na sua tarefa e o outrora exuberante jardim entrou em desequilíbrio. É correcto dizer que foram as ervas que nasceram onde não deviam? Elas que apenas obedeceram à sua ordem natural de germinar? Ou foi o jardineiro, o órgão regulador do jardim, que não cumpriu o seu papel?

Perante este falhanço do Estado, quer agora a esquerda aumentar o número de jardineiros, um por semente talvez. Assim poderão cumprir a sua essência que é limitar a liberdade dos demais.



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Segunda-feira, 2 de Maio de 2011
We got him!!



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Segunda-feira, 25 de Abril de 2011
Cumprir-se-á Abril quando...

 

 

... a liberdade não for refém da esquerda.



publicado por Paulo Sousa às 08:00
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Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2010
Sobre dívida, Pequim, soberania e direitos fundamentais dos portugueses e restantes europeus

O Ministro das Finanças esteve em Pequim a negociar o apoio que a China pode vir a dar na colocação da dívida soberana da República Portuguesa, o que se pode simplificar dizendo apenas que Teixeira dos Santos foi a Pequim pedir dinheiro emprestado para pagar prestações em atraso. O discurso oficial é que após a visita ocorreu "um grande salto em frente nas relações luso-chinesas em todos os níveis". Quem conhecer minimamente a história chinesa do sec. XX, concordará que por si só não estamos perante uma expressão feliz.

Se o que está em causa fosse apenas uma questão operacional de emissão de dívida, Teixeira dos Santos não necessitaria de se deslocar a Pequim, pois isso resolve-se nas salas de mercados. Importa por isso saber que outros compromissos foram assumidos pelo Estado Português. Imagino que a posição portuguesa no Conselho de Segurança da ONU tenha sido um assunto abordado e também, quem sabe, o caso do Tibete.

Quando se fala em perda de soberania por via da dívida, fala-se na perda de capacidade de opinar e de decidir enquanto estado democrático e respeitador dos direitos individuais no palco internacional e de assim deixar de poder fazer contra-ponto contra, quiçá, ditaduras e regimes autoritários. Emite-se dívida soberana e com ela segue também a soberania, milhão atrás de milhão.

Apesar de existirem países europeus que sabem gerir a sua economia e que tem a casa arrumada, o que se passa no nosso país acaba por ser acompanhado pelo todo europeu relativamente aos restantes blocos económicos.

Há dias Vasco Campilho relacionou a falta de solidariedade das instituições europeias para com os países em dificuldades com a possibilidade de estes serem acudidos por terceiros e dessa forma se afastarem da órbita europeia.

Não duvido que todo o processo a que estamos a assistir de perda da influência do bloco europeu (que se deve à falta de crescimento económico, à insignificância militar e ao envelhecimento da população) levará a que a prazo tenhamos que ser menos exigentes em termos dos direitos fundamentais que nos são caros. Noutra perspectiva equivale a dizer que o crescimento económico das novas potências globais e regionais, levará a que estas ganhem terreno à Europa, não só mas também pela compra da sua/nossa dívida e, mesmo sem termos consciência disso, teremos a prazo de aceitar regras mais próximas das que regulam essas economias e essas sociedades.

Terá a Europa capacidade política para contrariar esta tendência? Com os actuais líderes, não.



publicado por Paulo Sousa às 08:00
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Segunda-feira, 15 de Novembro de 2010
Sinais de esperança

Quando as más notícias chegam de todo o lado e a todas as horas, os sinais de esperança mereciam maior destaque.



publicado por Paulo Sousa às 08:00
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Domingo, 29 de Agosto de 2010
E o que fazer quando o Estado não educa?

Quando o Estado se intromete permanentemente na esfera privada, pondo e dispondo da vida dos cidadãos como de incapazes se tratassem, ninguém liga a mais um atentado à liberdade.

Segundo o Público de hoje "Crianças obesas com risco para a saúde podem ser separadas de pais que não os ajudem a perder peso".

Não quero com este texto felicitar os pais que não ajudem os seus filhos a perder peso, mas sim apenas perguntar o que se deve fazer quando o mesmo acontece nas Misericórdias e outras instituições em que o Estado toma conta de crianças.

O que fazer quando alguém que toma conta de crianças, que as deve educar e ajudar se tornarem cidadãos capazes de acrescentar valor à sociedade, não cumpre o seu papel? A mensagem que sobra desta medida aponta para o Estado como solução.

Não quero para aqui trazer o caso Casa Pia, um triste exemplo do que o Estado deixa que aconteça, mas pergunto-me se, na mesma medida não seria lógico retirar crianças das escolas quando estas não cumpram na sua missão de ensinar.

 



publicado por Paulo Sousa às 18:00
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Obrigado Laura,Apenas aqui poderia ter chegado pel...
magnífico texto.Cheguei aqui através do "Delito".
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Se o discurso do sr burlão da ONU fosse de apoio a...
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Leitura em curso


O Futuro e os seus inimigos

 

de Daniel Innerarity

 

Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental

 


Teorema

 


 

 




 

Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos

 

 

de José Manuel Lopes

 

 

 

O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.


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