Sinais de esperança nos políticos da minha geração.
A bandeira vermelha e verde faz cem anos.
Quis o destino, ou então foram mesmo os portugueses, que o centenário da mudança de regime coincidisse com uma grave crise financeira e política. Será coincidência? Será destino? Será a consubstanciação do nosso fado?
Agora é a 'vermelha e verde', antes dela era a 'azul e branca'. O regime mudou mas a sina mantém-se. Será precipitado concluir que o problema não está no regime mas sim no povo? Será esta uma questão pessimista ou apenas realista?
Não deixa de ser caricato que a celebração deste centenário seja feita pelo governo que em democracia mais atropelos prepertou aos princípios repúblicanos. O apego ao poder, a falta de transparência, a falta de respeito pela coisa pública, o tratamento desigual do cidadão que inegavelmente caracterizam os nossos dias, sao em si uma boa homenagem ao regime ditatorial da Primeira Republica em que os opositores foram perseguidos pela 'Formiga Branca' (antecessora da PVDE e da PIDE), os jornais eram censurados (!!), o numero cidadãos habilitados a votar foi reduzido relativamente à Monarquia (as mulheres nao tinham direito a voto), que alterou a ortografia e que terminou em falencia financeira. A Comissão Nacional para a Comemoração do Centenario da Republica tem assim em mãos uma árdua tarefa de branqueamento historico.
Apesar de tudo isto, os símbolos nacionais são algo a que não consigo ficar indiferente, pois mais que um regime político, representam uma cultura, uma história grandiosa e um futuro ... sempre adiado. Para o bem e para o mal também nos representa a cada um de nós, a nossa identidade e tocam no nosso sentimento de pertença. Por tudo isso, hoje é um dia especial.
Leitura diária
Debaixo de olho
O Futuro e os seus inimigos
de Daniel Innerarity
Um livro que aposta numa política do optimismo e da esperança numa ocasião em que diminui a confiança no futuro. Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro. Em primeiro lugar, porque todo o sistema político, e a cultura em geral, estão virados apenas para o presente imediato e porque o nosso relacionamento com o futuro colectivo não é de esperança e projecto mas de precaução e improvisação. Este livro procura contribuir para uma nova teoria do tempo social na perspectiva das relações que a sociedade mantém com o seu futuro: de como este é antevisto, decidido e configurado. Para que a acção não seja reacção insignificante e o projecto se não converta em idealismo utópico, é necessária uma política que faça do futuro a sua tarefa fundamental
Teorema
Cachimbos: Marcas, Fabricantes e Artesãos
de José Manuel Lopes
O mais completo livro sobre cachimbos, da autoria do jornalista José Manuel Lopes, presidente do Cachimbo Clube de Portugal. Profusamente ilustrada, esta obra a que poderíamos chamar enciclopédica, dá-nos ainda em anexo uma completíssima lista de clubes e associações do mundo inteiro e dos seus sites.
Quimera